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Um bom pretexto para denunciar a infame campanha que o patronato move contra a classe trabalhadora (nós, apesar de um dos membros ser o seu próprio patrão), nem que seja necessário recorrer à mais baixa calúnia.

segunda-feira, dezembro 29, 2003

Vodu Patronal

Os gajos não falham! Ainda mal comecei as férias e já levei com uma gripe virótica nos cornos. Porra!...

quinta-feira, dezembro 25, 2003

Onde foi parar o meu último post? Terá sido eliminado por interesses obscuros? E porque raio carreguei eu apenas no "post" e não no "post & publish"?

quarta-feira, dezembro 24, 2003

NEM
- O facto de trabalhar numa associação de solidariedade social;
- O facto de os meus patrões serem um colégio de 4 (quatro) funcionários publicos e 1 (um) reformado da Guerin (arranjem lá perversão maior que esta);
- O facto de morar a 220 kms de casa dos pais;
- O facto de tudo o que não venda presentes estar fechado hoje, sendo portanto, que não poderei fazer nada que implique contacto com o exterior,

impediu que me obrigassem a trabalhar na véspera de natal. Puta que pariu!!

terça-feira, dezembro 23, 2003

Produtividade
Ontem fomos informados pelo departamento de recursos humanos (dedicarei brevemente um post a essa entidade mitica para qualquer trabalhador) que podemos sair mais cedo na vespera de Natal. Afinal, o Natal e algo que ate o mais patrao dos patroes geralmente reconhece...
Mas como estamos num pais produtivo amanha, vespera de Natal, em vez de sair as cinco, podemos sair... as tres! Mas so se o trabalho permitir, porque se houver muito que fazer e um dia como os outros...
Obrigadinho!!!
PS - Acho que aqui a posicao em relacao ao Inspector e de indiferenca. Ele esta la, existe, faz o trabalho dele. Mas como e suposto estar tudo bem, nao ha qualquer problema na sua fiscalizacao...

sexta-feira, dezembro 19, 2003

Inspecção a bem da nação

Aqui há pouco, descobri que a figura do Inspector é bastante apreciada por terras espanholas. Seja ele o das actividades económicas, o das finanças, dos serviços de imigração, ou de qualquer outro, é uma posição respeitada, apreciada, querida dos espanhóis. É de tal modo assim, que até elegeram para primeiro ministro um ex-inspector das finanças.

Por cá um inspector raramente é figura benvinda. (já agora o Gil Eanes poderá esclarecer-nos sobre a opinião dos holandeses). Um nosso amigo - que se recusa inexplicavelmente a participar neste grandioso projecto de blog - apontou-me, e muito bem, que não vê grandes perspectivas de sucesso para qualquer um de nós que de copo na mão num bar, resolva bater um couro com a tirada "olá, sou inspector das finanças". Isto a juntar, aos presuntos que o inspector das actividades económicas concerteza receberá, e os cheques do inspector das finanças e o que quer que o inspector do SEF receba (prefiro não o verbalizar), criam uma imagem, junto da opinião popular, de alguém que está muito para lá de escroque.

Eu cá, irei pronunciar-me em breve sobre a minha experiência pessoal, que ainda decorre. Por isso mesmo só no final estarei à vontade para falar. Ora, está o meu patrão (sim, podem imaginar-me a escrever de sorriso nos lábios) a ser neste momento auditado. Coisa para durar até meados de Janeiro de 2004. Claro que numa coisa destas eu tambem tenho pelo menos uma mão do menino nos braços, mas como estou por dentro do monstro, até sei que não há razão para grandes preocupações.... Mas o meu patrão não sabe. E isso é que dá um gozo do catano!! A voz trémula de cada vez que me pergunta que tal corre, a voz ansiosa que me atende o telefone nestes dias, o pânico com que recebe as minhas mensagens do tipo "patrão, a sra. inspectora deseja dar-lhe uma palavrinha aqui sobre um assunto".
Bom, tem sido giro.

Quando acabar, muito terei para postar.... espero

quarta-feira, dezembro 17, 2003

O patrão quer, o Estado ronha e o pobre nasce.
Fernando Pessoa


Um dos problemas mais sentidos na assumpção do auto-patronato é a vertigem de estarmos incessantemente dependentes do Estado. O medo de cair num emaranhado de gordura burocrática ainda piora quando dependemos disso para sobreviver.

Há uns tempos, cometi o erro de mudar a sede social da empresa e, consequentemente, o concelho. Ou seja, estava registado numa Conservatória do Registo Comercial e mudei para outra.

Mal fiz as alterações em escritura, dirigi-me à Conservatória para dar seguimento ao processo. Pagos uns 12 Euros, a minha consciência descansou. Afinal, a máquina estatal pode demorar mas não falha. Bom, essa ilusão esfumou-se quando, passados três meses, ainda não tinha qualquer novidade da conservatória. Fui lá uma segunda vez, para descobrir que não tinha pedido urgência e que, sem isso, o meu processo seria tratado no espaço de um ano e meio. Mais uma volta, mais uma viagem, mais vinte euros e de volta à consciência de dever cumprido. O trabalho, esse, apertou. E nada de saber dos senhores da Conservatória. Após uma terceira manhã perdida, descubro que houveram complicações no meu processo e estava atrasado, para regressar no espaço de duas semanas. Duas semanas volvidas, nada.

Foi nesta altura que entrei pela puta do Registo Comercial adentro, arranquei cada dente do contínuo à lambada, soltei um dobberman na auxiliar técnica que me disse que tinha de levar o cabrão do Registo à outra conservatória e espetei a certidão do registo comercial pelo rabo do chefe de secção. Ou não.

Na verdade, nem pude lá ir e tive de pagar a um profissional da espera (sim, há profissionais de espera em filas de serviços públicos, que resolvem problemas deste tipo. Falarei deles num futuro post.) para visitarem os meus amigos uma quarta vez e levarem o registo de Lisboa à Amadora.

Sexta--feira, de forma inocente, pedi uma certidão do Registo comercial via Internet. Telefonaram-me hoje a dizer que o Registo ainda não está feito - tenho de o realizar.



terça-feira, dezembro 09, 2003

Quem e o meu patrao?

Andar emigrado tem as suas complicacoes. E claro que e bom ver novas gentes, ter novos amigos, essa coisada toda. Mas tudo se complica porque um gajo tem que trabalhar. E quando se trabalha arranja-se um patrao.
E essa a minha duvida. Quem e o meu patrao? Quando me mudei para Roterdao vim reportar (em linguagem empresarial, e assim que se diz quando temos que saber quem e o camelo a que temos que prestar contas diariamente) a um holandes. Ca chegado, descobri que ele reporta a um dinamarques, que por sua vez reportara a um belga, que por sua vez reportara a um outro dinamarques. E isto sem sair da Holanda...
Depois, ha obviamente toda a cadeia hierarquica. Conforme o peido que quiser dar, tenho que pedir autorizacao a diferentes comandantes. E, como estamos a falar de uma multinacional, vezes ha em que o comandante esta em terras bem distantes...
Para simplificar, legalmente continuo a ser empregado da filial da empresa em Portugal mas com uma clausula a dizer que estou emprestado a filial holandesa... E genero aqueles jogadores que o Benfica compra para emprestar ao Alverca...
Por tudo isto, antes de me lancar a criticar patroes, proprios e alheios, pergunto-me Quem e o meu patrao?
PS - Novidades exclusivas de ultima hora aqui...


quarta-feira, dezembro 03, 2003

Adeus ó vai-te embora

O meu patrão vai-se embora. Diz ele que está farto de ser obrigado pela administração a fazer trabalhos ?não deviam ser da minha competência?. Enceheu-se de brios e, qual Dom Quixote das letras portuguesas, foi entregar a carta de demissão ao dono deste estábulo. E ainda garante que sai para o desemprego.
Estava quase inclinado a ficar comovido e sem palavras com tão nobre atitude, não fora uns pequenos pormenores que borram a épica pintura. Para começar, o meu patrão já sabia no que se metia quando aceitou o cargo. Sabia dos sapos que tinha de engolir, das viagens de elevador ao gabinete do dono desta tasca, das alterações de última hora onde não era tido nem achado. Depois, entrou com o apoio de todos e conseguiu dividir o rabanho em poucos meses. Desde despedimentos por correio a gestos de autoritarismo primário, vimos um pouco de tudo a acontecer nesta casa. Ninguém estranha que o homem esteja farto. Estranhamos sim a postura pseudo-elegante da partida. Já não estranhamos saber de tudo o que se passa neste bordel pelos colegas de outras casas de alterne mais civilizadas.
Mas há algo que eu lamento profundamente na saída do meu patrão. É que o senhor que se segue para ocupar a sua cadeira é o até agora seu lacaio. Lambe-botas no poder só pode dar ditadorzeco de pacotilha.
Enfim, se já Camões cantava, deconsolado, a vitória dos medíocres neste mundo cão, porque hei-de eu gastar o meu latim a lamentar-me com as voltas da vida?...

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